quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Obras nómadas


Utilizei tecidos e cordéis de algodão na série “História Trágico-Marítima (S.N.B.A. Lisboa, 1983). As sacas de linho já rasgadas ou os panos de tenda que acoitaram os militares em África transformaram-se em velas de navios que os ventos desfizeram, os cordéis em cabos rebentados pela tensão dos mastros que se despedaçavam em naus desgovernadas.
Voltei a usar preparos similares aos usados na série “…tornando na volta o mar…” (itinerante iniciada na Casa da Cerca, Almada, 2006, e concluída no Centro Cultural da Câmara de Hirado, Nagasaki - Japão), inspirada na “Peregrinação” de Fernão Mendes Pinto, recorrendo também a objectos trazidos de territórios por onde se aventurou, a tecidos recortados em formas circulares, evocativas de uma rota traçada pelas estrelas mas que o erro levava, tantas vezes, a voltar ao ponto de partida.
Coube-me em sorte ser eu hoje o viajante e o material que uso nesta obra nómada ser da família do que usei anteriormente, constituindo parte de uma bagagem errante que já naufragou em mares desconhecidos e que, com Fernão Mendes Pinto, viajou pelos mares da China.

 Aqui ficam algumas das mais recentes.




















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