quinta-feira, 4 de novembro de 2010

NY - short story 3

Contestadas por cerca de metade dos nova-iorquinos, recentemente votada sem êxito na Câmara Municipal a sua erradicação, as charrettes do Central Park transportam o cheiro das expulsões fisiológicas dos equídeos até ao hall dos luxuosos apartamentos e hotéis de Central Park South, junto aos quais estacionam.

Se não estivermos munidos de uma boa chave de fendas e de um martelo, ferramentas que, normalmente, não fazem parte do equipamento disponível, abrir a janela do apartamento pode ser uma aventura.

Os suicídios dão mau aspecto e ficam caros.

Ao conseguir abrir a tal janela, sentimo-nos mais próximos da natureza e com a sensação de estar em pleno Portugal rural, numa daquelas divisões situadas por sobre os estábulos.

É pouco provável que do império económico do Sr. Bloomberg conste a indústria do carriage. Não deve por isso haver dúvidas na honestidade da votação, apesar do número de acidentes que as carruagens provocam.

Se aqui vivesse, se vivesse na que é uma das zonas mais caras da cidade e apesar da minha origem Beirã, teria sérias dúvidas na opção a votar.

E não seria somente pelos acidentes que este tipo de trânsito provoca vitimando pessoas e animais, mas pelo cheiro a "tétano" que paira no ar.

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