domingo, 27 de setembro de 2009

Testemunho

Foi a partir do segundo semestre do ano de 1983 – após o Solstício referido no texto de abertura deste blogue - que fui testando o Calendário agora apagado pelo telheiro cuja fotografia também se mostra na mesma entrada.
No conjunto das fotografias que hoje se mostram, tomadas uma semana após o Equinócio entre as 8h35 e as 14h20 do dia 28 de Setembro de 1983 – estava ausente no dia da ocorrência – pode seguir-se o trajecto da sombra até ao momento em que se coloca entre o Círculo do Verão e o correspondente ao do Outono.
Quisera repetir a experiência no Equinócio do Outono convidando os media e alguns amigos, mas vozes avisadas preveniram-me da aproximação das eleições que absorvem os tempos de antena e não estariam disponíveis para este.
Para contornar a falta de luz provocada pela cobertura da Pedra, montar-se-ia uma estaca maior que a testada anteriormente que, ultrapassando as placas de amianto, projectaria a sua sombra no prolongamento dos respectivos círculos.
Ficará para o Solstício do Verão, prometo.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Assilah 2009


E assim os olhos se me encheram de branco. Regresso aos sítios por onde me deixava perder em 1978.
Durante todos estes anos não me cansei de pensar – e de falar – num beco onde tudo era branco. Era pequeno, como também pequenas eram as casas onde tudo era caiado de branco. Também o chão o era.
Sentado na soleira de uma porta, com o sol já mais baixo que as muralhas, a ausência de sombra trazia-me uma indescritível paz, como que uma levitação. Por lá ficava até que os habitantes regressassem da oração da tarde.
E ali ao lado uma velha porta - que fora tapada, rebocada, caiada e que agora integrava um muro branco – e cuja memória se projectava em sombra rasante ao longo da luminosa superfície.
Da memória dessa porta já nada resta.
No meu trabalho ficaram outras marcas por aquelas deixadas. E que, entre outras, se estenderam até à Pedra da Escrita de Serrazes.
Não acredito que haja obras que existam por acaso.

Souk - gravura, 1978

Série Serrazes - Cast paper, 1982

domingo, 23 de agosto de 2009

Arzila

Agosto de 2009.

Arzila, 31 anos depois do primeiro Festival Cultural de tão gratas memórias.
Arzila foi sempre como que o centro de um certo mundo.
Ali coincidimos, por maior ou menor período de tempo e convívio, com Paolo Taviani, Alberto Moravia, Leopold Shenghor e outros mais em felizes e infindáveis noites de Ramadão em que se começava a cear às duas da madrugada, depois de um espectáculo ou da apresentação de um filme e da consequente discussão.
Alberto Moravia deitava-se cedo.
Arzila continua a ser o centro geométrico de encontros marcantes porque, em paralelo com o Festival existe uma vida sedimentada pelo tempo e pela fraternidade que nos leva ao reencontro do irmão preto – acho que de sangue – que é Mohammed Omar Khalil ou a novos – e sempre desejados - encontros como é o caso de Diego Moya, Artista Espanhol cuja obra mais recente ali mostrava, integrado na programação dos Encontros.
Apalpou as rugas da pedra e modelou rostos de velhos que, a avaliar pela idade, poderiam ter lutado pela libertação da terra agora defendida da fúria do mar pelas rochas exteriores à velha Muralha.
Generoso, colocou à minha disposição a memória do projecto a que chamou Gigabytes de Piedra e que, por ser também uma escrita da pedra, aqui me atrevo a citar parcialmente.

GIGABYTES DE PIEDRA
Diego Moya
Algo esencial para este trabajo: A través de ciertos aspectos elementales de la naturaleza estamos ante la presencia de los orígenes del universo. Lo que vemos en un cielo estrellado no es la luz del presente, sino de lo que pasó hace millones de años. Los estratos, la apariencia estructural de las rocas, nos hablan también de millones de años, a través de los cuales se fueron formando y manifestando.
Millones de “Gygabytes” de memoria están inscritos en esas sílices, acontecimientos prehistóricos, prehumanos, que se desvelan ante nuestros ojos.

PIEL DE LA TIERRA Y PIEL DE LAS GENTES.
El actual proyecto consiste en crear una relación entre la edad de la tierra y la edad de las gentes: la superficie de las rocas y la piel de personas mayores.
Piel de las gentes que, como “continente” de la vida, ofrece un contrapunto simbólico a las cortezas de la tierra. Poner en relación la piel de algunas personas mayores con las impresiones directas de las rocas: relación con el tiempo y la memoria.
Este proyecto se irá desarrolando en diferentes etapas con la obtención de calcos bi ó tridimensionales de algunos de sus relieves, que se extienden en toda su superficie durante cientos de metros cerca de la ciudad de Asilah. Una piel, una imagen de las huellas del tiempo y de los acontecimientos que las desencadenaron, una pregunta contínua sobre su origen.
Como queda dicho, el núcleo del proyecto se desarrolla en Asilah, Marruecos, donde se encuentran unas rocas de especial belleza y definición, y con las personas mayores de la ciudad, vecinos y conocidos desde hace años.


Aspecto de las rocas de referencia



Aspecto del políptico final


Para ver mais: http://www.diegomoya.org/obras/thumbnails.php?album=25

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Um Sol


Há três anos, numa das minhas incursões a Serrazes, fui conduzido até junto de um muro de pedra em pleno burgo, onde, dentre o granito azul predominante, se destaca uma pedra rosada que entra pela calçada abaixo. Gravadas tem algumas covinhas mas no seu lado direito, parcialmente enterrado no empedrado do caminho, revela um grupo de círculos concêntricos em tudo idênticos aos da Pedra da Escrita que dali dista em linha recta, cerca de mil e quinhentos metros.

O círculo exterior tem 40 cm. de diâmetro, mais 8 cm. que o maior – correspondente ao Verão – da Pedra da Escrita.

Sendo evidentes dois modos distintos de picotagem e dois níveis de erosão bem identificados que situam as gravações em tempos diferentes, colocou-se-me a questão se aquelas circunferências - dado o rigor imposto na sua feitura e o da sua geometria, sem dúvida saídos dos dedos da mesma família de artesãos - não teriam pertencido a uma tentativa, hipoteticamente abandonada, de produzir um outro calendário solar que a Pedra da Escrita teria vindo a substituir. Pura especulação, mas, até à sua confirmação devo contemplar todas as hipóteses.

Com a colaboração da Junta de Freguesia, procedeu-se no passado dia 6 de Julho aos trabalhos que se impunham: levantar a calçada para ver onde terminava a rocha para tentar perceber se fora para ali deslocada com o auxílio de uma zorra (era a hipótese mais plausível, pois existe outro pedaço de pedra com a mesma coloração no já citado muro), se ali teria estado sempre, ou ainda se haveria mais incisões.

Estas dúvidas foram prontamente dissipadas pelo aparecimento do corte da pedra em cunha larga, para ali transportada há cerca de um século, aquando da construção da casa que o muro cerca.

É nítida uma contida representação solar com três raios, numa capacidade de síntese impressionante.

A semelhança com os círculos da Pedra da Escrita é notória. Porém, no caso presente, porque se trata de um granito mais duro, os círculos, não tendo sido objecto de uma incisão tão profunda, são mais precisos.

Serrazes é uma terra com tradição no trabalho em pedra. Se, por um lado, a freguesia se desenvolveu graças a esse labor, por outro provocou a destruição de uma boa parte do seu património lítico, facto mais acentuado nas últimas décadas.

Neste sentido importa, em primeiro lugar, sensibilizar os responsáveis autárquicos para a importância da sua conservação, eventualmente com vista a um turismo cultural mais sensato que o da casca de melão que tudo leva à frente, tudo destrói.

Depois há que sensibilizar as populações – existe uma forte vontade da Junta de Freguesia que nesse sentido precisa de ser apoiada – para a circunstância de aqueles vestígios pertencerem aos seus antepassados; chamar a sua atenção para o facto de ao destruí-los, estarem a destruir os cemitérios dos seus antepassados, os ícones que veneraram, os instrumentos que conceberam para mais conscientemente amanharem a terra, da qual extraíram o sustento que os fez gente cujos descendentes são eles próprios.

Longo texto, mais um longo texto para um blogue. Mas também não venho todos os dias!

David de Almeida

Outro Sol. Este meu.



Data de 1999.
Foi Prémio Nacional de Gravura do Museu de Gravura Espanhola Contemporânea no mesmo ano.

Convivi com muitos sóis – as gravuras do Vale do Tejo são férteis em iconografia solar - fui por eles muitas vezes motivado.
Mas este, o agora reaparecido em Serrazes a que me refiro na entrada anterior, veio mostrar em termos formais e estéticos, a vanguarda daquele Homem
.
David de Almeida

sábado, 11 de julho de 2009

2009


Na tentativa de estabelecer uma relação da luz da Lua com os círculos marginais aos determinantes dos Solstícios e dos Equinócios, fui, acompanhado por alguns amigos, até à Pedra na noite de Lua Cheia que se seguiu ao Solstício de Verão.
Mostrou-se pelo lado direito da Pedra - o oposto ao do nascer do Sol - por aí a circundando. Seguimo-la, luz difusa por entre a ramagem cerrada até esbarrar num dos pilares de betão do telheiro* que, ao projectar sombra, não nos permitiu seguir o seu trajecto.
Com a lanterna de que nos socorremos para chegar ao local, iluminámo-la com luz rasante.
Revelou mais um círculo com o centro bem vincado e, eventualmente, o que resta de um outro, numa das zonas fracturadas da face, imperceptível com a luz do dia.
Improvisámos algumas fotos.
O resultado desta fonte de luz, mostrou que, com meios mais sofisticados, foi o processo usado na ilustração publicada no livo intitulado Pré-história de Portugal do Prof. M. Farinha dos Santos (ed. Verbo 1974) que, apesar da particularidade de ter a imagem invertida, revela com fidelidade a maioria das intervenções provocadas quer por mão humana quer por acidentes difíceis de determinar.
Voltaremos.
David de Almeida
* "... protegida por telheiro de zinco sobre pilares e vigas de betão, destoantes" - segundo a ficha de inventário da antiga DGEMN, hoje integrada no IRHU. Afinal não é de zinco, mas de amianto rachado por onde pinga a água das chuvas, provocando uma erosão irregular.

sábado, 27 de junho de 2009

Pedra da Escrita de Serrazes, Solstício do Verão, 1983

Pedra da Escrita de Serrazes, Solstício do Verão, 2009

Pedra da Escrita de Serrazes

(…)Pousava a velha Rolleiflex junto de um pinheiro. De braços abertos ia afagando toda a superfície, certificando-me se, desde a última visita, nada lhe acontecera. Lentamente meus dedos percorriam os sulcos, refazendo a viagem.

Sentava-me então a alguns metros da face gravada que a luz da manhã começava a iluminar. O Sol tomava altura, colocando-se bem de frente. Percebera entretanto não ter sido por acaso que a pedra fora trabalhada no sentido do Nascente. Fora oferecida ao Sol que, dia a dia, a visitava, rodeando-a longamente, envolvendo-a na sua luz - possuindo-a, enfim!

E eu sentado no vértice anterior do triângulo, assistia ao rito milenar que, cada vez mais, me atraía.(…)

David de Almeida in catálogo da exposição Exercícios Líticos, Galeria 111, Lisboa, Dezembro de 1982 (auto citação)

Na altura em que escrevi este texto, a minha relação com a Pedra da Escrita de Serrazes era de enamoramento puro.
Mais do que a razão da sua existência, do motivo que levara o Homem da Pré-história, sem grandes recursos oficinais a retirar o que calculei serem 50 cm. de granito do calhau arredondado pelos tempos, com o propósito evidente de lhe aplanar uma face, questionava o porquê da sua existência.
Como se aquela tarefa ciclópica não bastasse, continuara a sacar pedra, mas agora deixando saliente uma moldura em redor do que, retirada a massa da calota granítica, se assemelhava a um arco com as extremidades enterradas no solo.
E eu para ali, intrigado pelo geometrismo puro das circunferências que se elevam em elegante curva pela direita.
Intrigado também por um orifício em meia cana - que não foi provocado pela utilização de um cinzel com intenção de fazer um buraco redondo - situado no limite superior da Pedra, abaixo e à direita de um vértice provocado pelo que resta da moldura daquele campo onde se desenvolve uma matemática infindável. E ainda por mais duas circunferências menores, também concêntricas do lado osquerdo superior da face gravada.
Não, não se trata de um passatempo de pastores. Tomado de uma espécie de cegueira – a cegueira da paixão? -, não procuro nada, mantenho-me na expectativa que ela corresponda à minha dedicação, revelando-me o seu segredo.
Vou-a desenhando, vou-a modelando como se modela o seio da mulher amada, comprimindo com os dedos finos papéis contra o relevo como quem, com uma gaze, comprime o peito que acabou de aleitar.
Acampo junto dela e tacteio-lhe a face, levo-a para o atelier, peito moldado com silicone, faço-a minha.
Depois começou a tirar medidas ao sol, a contar os dias, a inventar os meses que separava pelas luas e, com um tição arrancado da fogueira sempre acesa, a fazer marcações na face afagada, determinando pontos, sulcando circunferências umas por dentro das outras conforme a sombra se movia.

Estou no Castro da Cárcoda, num barranco sobranceiro à ruína de uma das habitações. Levo comigo uma vara que, por acaso, apanhara pelo caminho. Sob o sol abrasador de um Junho quente, explico a um amigo que me acompanha que, a escassos quilómetros na direcção que aponto, existe uma pedra, a da Escrita de Serrazes, que há anos sigo e me intriga.
A sombra da vara projecta-se numa linha que, partindo de meus pés, se inclina para a esquerda.

Eureka! Não gritei como Arquimedes porque fiquei sem palavras.

Com a vara na mão, alcanço a Pedra, no meio da mata. Trepo pela traseira e introduzo a vara no pequeno buraco, em posição vertical à face gravada. A sombra projecta-se sobre o conjunto de concêntricas de maior dimensão, atravessando o centro, rasgando-o ao meio.

Paro para pensar.

Preciso fixar o ponteiro naquela posição. Improviso um atilho com giestas presas à sua extremidade anterior, ato-lhe uma pedra na outra ponta e assim o fixo ao orifício em meia cana. O peso da pedra é suficiente para o manter estável.
Como tenho que partir de uma base que me sirva de referência, marco o lugar onde a sombra passa pelo centro das circunferências e corto a vara por aí.

Noventa e cinco centímetros.
Sábado, 23 de Junho, dois dias depois do Solstício do Verão de 1983.
11h35m.

Sigo o percurso da sombra do ponteiro durante todo o Verão.

Os círculos da esquerda alta parecem corresponder ao nascer do Sol, mas a mata, densa, não mo deixa confirmar.

De acordo com a altura do sol, a sombra vai-se movendo para a direita e para a esquerda, alongando-se depois, mas não ultrapassando os limites do conjunto dos círculos de maior dimensão, os mais próximos do solo, subindo, com a aproximação do equinócio de Setembro até ao conjunto seguinte, assinalado por um raio que o atravessa até ao centro, marcado por um ponto de forte expressão. Esta face fica iluminada até cerca das três da tarde, altura em que, com o sol a caminho do poente, é tomada pela sombra.

Chegado o Equinócio de Setembro, o Sol, à medida que baixa, começa a levantar a sombra do ponteiro que me serve de referência de forma que, às mesmas 11h35m. a sombra da sua extremidade se situa no centro do segundo conjunto de concêntricas.
Porque está este conjunto brindado com um raio vertical, perfeito, rigoroso?

A sombra deixou o último círculo do Verão. O Homem reuniu o grupo. Era o tempo de colher o feijão, de preparar a sementeira do trigo e do centeio. Havia que sachar e estrumar as terras, que as preparar para as sementeiras do Outono e do Inverno.
Ainda acompanho a viagem da sombra durante o Outono e, tanto quanto me permite a luz peneirada pela folhagem dos eucaliptos e pinheiros, vou também conferindo os outros círculos: os do Inverno primeiro, que são os que estão mais acima, os da Primavera depois, colados ao do Outono. Mas destes só poderia ter uma leitura completa se não tivesse o arvoredo a interromper a viagem da luz. De qualquer
forma com uma certeza eu fico: a Pedra da Escrita de Serrazes é um Calendário.Que pode ter sido também sítio de rituais relacionados com a agricultura.

Consulto documentos sobre arqueoastronomia e constato que, em Chacra Mesa, num vale situado no noroeste do Novo México, milénios após todos estes trabalhos, talvez dois, talvez mais, outro Homem, outros Homens movimentaram três enormes lajes para construírem outro calendário, a “Roca Fajada” (Fajada Butte), com o mesmo princípio, mas de efeito contrário. As pedras são separadas por uma abertura que projecta um feixe de luz do Sol ou da Lua com a forma de uma adaga, no centro de uma das duas espirais gravadas no penhasco que se encontra atrás das lajes, indicando assim os solstícios e os equinócios.

Curiosamente, 11h15m. é a hora a que a luz atravessa a espiral no solstício do Verão na “Roca Fajada”.

Entusiasmado com esta revelação, desloco-me ao local para ver se tudo estava em condições para uma observação nocturna e encontro a Pedra coberta por um grotesco telheiro, o que anulou qualquer tipo de observação seja ela diurna ou nocturna.

Por isso nunca tive oportunidade de testar o efeito da luz da lua, se é que o produz.

Entretanto cheguei a algumas conclusões.

Embora com alguma experiência na observação e leitura de gravuras rupestres não encontro qualquer sinal de figuras antropomórficas ou zoomórficas.

Ao “dissecar” a face gravada, concluo que a retícula, as linhas cruzadas nela lavradas nada têm que ver com o propósito original, tratando-se de intervenções posteriores que, com alguma – muita - boa vontade, se assemelham a uma ave azteca o que não tem qualquer cabimento nem no tempo nem no espaço.

O telheiro impede uma “conservação” natural do monolito. A humidade do Inverno produz alguns líquenes que, no Verão, o calor do sol vai secando. Foi sempre assim.
O local não sofre, aparentemente, relevantes efeitos da poluição, pois trata-se de uma zona de mata, arejada q. b., afastada de uma estrada municipal que não tem um movimento significativo.

Seria suficiente uma cerca de rede com uma porta cuja chave se encontrasse no Município, solução praticada em monumentos com o mesmo grau de importância já na altura em que foi colocado o telheiro.
Haveria que impedir o acesso a quem não estivesse autorizado e, mesmo assim… quem fez as fotografias oficiais utilizadas para divulgação da região encarregou-se de fazer uma interpretação própria dos elementos gravados, realçando com carvão os sulcos de que mais gostou.

Não detenho a verdade. Mas tenho alguns factos facilmente demonstráveis. E uma vontade muito grande de implodir os quatro pilares de betão e as placas de fibrocimento que asfixiam a Pedra da Escrita de Serrazes.

Solstício de Verão, 2009